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Mostrando postagens de janeiro, 2024

CANTIGA QUASE DE RODA Thiago de Mello

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imagem gerada por inteligência artificial - Pareto Na roda do mundo lá vai o menino. O mundo é tão grande e os homens tão sós. De pena, o menino começa a cantar. (Cantigas afastam as coisas escuras.) Mãos dadas aos homens, lá vai o menino, na roda da vida rodando e cantando. A seu lado há muitos que cantam também:  cantigas de escárnio  e de maldizer. Mas como ele sabe que os homens, embora se façam de fortes, se façam de grandes, no fundo carecem de aurora e de infância — então ele canta cantigas de roda e às vezes inventa algumas — mas sempre de amor ou de amigo. Cantigas que tornem  a vida mais doce e mais brando o peso das sombras que o tempo derrama,derrama na fronte dos homens. Na roda do mundo lá vai o menino, rodando e cantando seu canto de infância. ……………………….. ( Faz Escuro, mas eu Canto.Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro) (EF69LP44) 1) Dos versos “Na roda do mundo/ lá vai o menino” denota-se que o menino:  a) canta para aliviar o medo de coisas escuras.  b

MÃOS DADAS Carlos Drummond de Andrade

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https://www.istockphoto.com/br/foto/m%C3%A3os-na-unidade-gm157742056-21807705   Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes, a vida presente. (EF35LP07) 1) A ideia central do texto é que o eu lírico.  a)solidariza-se com os homens.  b)sugere a união dos poetas em prol de um mundo futuro melhor.  c)deseja ver todos unidos numa vida mais justa e mais humana.  d) contém a mesma ideia “Não serei o poeta de um mundo caduco” ao longo do poema.  e) liga-

O assassino era o escriba Paulo Leminski

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  https://www.youtube.com/watch?v=JALZlNuEUAY Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente. Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, regular como um paradigma da 1ª conjugação. Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto.Casou com uma regência. Foi infeliz. Era possessivo como um pronome. E ela era bitransitiva. Tentou ir para os EUA. Não deu. Acharam um artigo indefinido em sua bagagem. A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, conectivos e agentes da passiva, o tempo todo. Um dia,  matei-o com um objeto direto na cabeça. *** EF69LP44) 1) A partir da leitura do texto, é possível inferir que:  a) o eu lírico apresenta o professor como um ser alienado e frustrado.  b) o eu lírico expõe o professor por uma ótica objetiva e convencional.  c) o professor é apresentado pelo eu lírico como uma pessoa que preza pelo rigor gramatical.  d) os eventos