SE EU FOSSE PINTOR... Cecília Meireles
MEIRELES, Cecília. Ilusões do mundo.Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1976. p. 17-8.
1) O texto tem início com desenvolvimento da observação que a autora tem do ambiente exterior, seguindo para o espaço interior. Essa mudança ocorre em:
a) “Sinto, porém, que tudo isso por onde vão meus olhos, ao subirem do vale à montanha, ...”
b) “Se eu fosse pintor, gostaria de pintar esse último plano, esse último recesso de paisagem.”c) “acordam todos os dias com mil perguntas e não se chegam à noite com alguma resposta.”
d) “Se eu fosse pintor, como poderia perder esse arranjo, tão simples e natural, e ao mesmo tempo de tão admirável efeito?”
e) “Mas houve jamais algum pintor que pudesse fixar esse móvel oceano, inquieto, incerto, constantemente variável que é o pensamento humano?”
2) Tendo em vista a estrutura textual apresentada, pode-se afirmar acerca de elementos como: variedade de cores e tons, as conversas dos pássaros, as “folhas ainda moles” das mangueiras (...) que
a) remetem o leitor a um saudosismo existencial demonstrando a insatisfação da autora com o momento presente.
b) constituem um vocabulário sensorial cuja função é de grande relevância no processo descritivo que predomina no texto.c) demonstram o exagero intencional da autora ao retratá-los de forma detalhada, sobrepondo-os em importância ao restante do conteúdo textual.
d)indicam que a finalidade do texto não é apenas descritiva, pois através de uma linguagem metafórica é possível estabelecer vínculos entre os elementos apresentados e indagações existenciais.
e) sinalizam a sensibilidade do eu-lírico em resgatar imagens de um passado que remete a inquisições da essência humana.
3) “Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa fechada...”
“Mas por trás estão as velhas casas, pequenas e tortas...”
“Mas, depois disso, aparecem várias fachadas...”
A repetição intencional da conjunção demonstra a observação atenta do
eu-lírico na descoberta de novos pontos de interesse. Baseado nessa informação
e no contexto textual, assinale o valor semântico da conjunção em destaque:
a) conclusiva
b) alternativac) adversativa
d) aditiva
e) explicativa
4) A linguagem do texto é predominante descritiva. Ela coincide com a finalidade do texto?
a) Sim, pois a intenção da autora é descrever um cenário urbano e bucólico simultaneamente.
b) Sim. A autora trata o tema como o retrato paisagístico de sua infância.
c) Não. Depois da parte descritiva, ocorre um trecho analítico, dedicado a indagações existenciais.
d) Não. O texto reveste-se de uma capa descritiva para encobrir a sua natureza narrativa.
e) Não. O tema é a sofreguidão pela finitude humana.
5) Observe os adjetivos em “...pombos de cintilante alvura...”, “...moles folhas cor de bronze...”, “...de um verde tenro...”. Sobre seu emprego no texto, pode-se inferir que:
a) intensificam a melancolia que transpassa o texto.
b) denotam a objetividade intrínseca do texto.
c) promovem a integração entre o descritivo e o narrativo
d) confrontam a realidade descrita com o sentimentalismo do eu-lírico.
e) privilegiam a avaliação subjetiva da autora.
6) Qual dos cinco sentidos foi privilegiado na observação da autora?
a) tato
b) visão
c) audição
d) olfato
e) paladar
7) Se eu fosse pintor... Pelo emprego da conjunção, é possível depreender que no texto serão consideradas:
a) teses
b) premissas
c) hipóteses
d) veracidades
e) fatos
8) Ao final do texto, o eu lírico revela o desejo de pintar “esse último plano”, que é:
a) o móvel oceano
b) castelinhos de brinquedo
c) pensamento humano
d) castelos, azuis e brancos com um galo de metal verde na ponta da torre.
e) criaturas que se amam e se odeiam
9) Como o eu lírico adjetiva o pensamento humano?
a) anímico
b) inquiridor
c) indeclinável
d) tenro
e) móvel
10) No contexto textual, é correto afirmar que a oração “...que seria
impossível deixar de fixá-los, ...” expressa:
a) causa
b) consequência
c) finalidade
d) concessão
e) condição
11) Em “...que a distância abafa e desfaz ...”, a que termo o pronome que se refere?
a) olhos
b) muros
c) paredes
d) riqueza
e) montanha
12) A adjetivação pode ser de ordem subjetiva, assumindo, então, um valor conotativo que lhe garante expressividade. Assinale o item que reflete uma visão subjetiva do eu lírico.
a) trepadeiras entrelaçadas
b) pequenos frutos
c) casa fechada
d) verde tenro
e) saias floridas
13) De acordo com o texto, a
riqueza invisível refere-se a:
a) galo de metal verde
b) pensamento humano
c) borboleta cor de marfim
d) castelinhos de brinquedo
e) vitalidade dos animais
14) “E que faria eu, pintor, dos inúmeros pardais que pousam nesses muros e nesses telhados, e aí conversam, namoram-se, amam-se, e dizem adeus, cada um com seu destino, entre a floresta e os jardins, o vento e a névoa?” Nesse parágrafo, por meio de sequência de ações, o eu lírico enfatiza o descompromisso amoroso, explicitando um sentimento de:
a) perda
b) rancor
c) ternura
d) liberdade
e) inveja
15) O adjetivo móvel atribuído a oceano justifica-se
a) pela comparação com o movimento do mar
b) pela variedade de tonalidades que o mar apresenta
c) pela simetria no movimento marítimo
d) pela inquietude que o mar provoca nas pessoas.
e) pelo temor que o mar traz consigo
referência: Do texto ao texto, Infante, Ulisses
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GABARITO
1) A
2) B
3) D
4) C
5) E
6) B
7) C
8) C
9) E
10) B
11) D
12) D
13) B
14) D
15) A
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