ACIDENTE NA ESTRADA Paulo Henrique Garcia

 


 

           


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                    Todos os anos eu passava as férias de julho na fazenda dos meus tios, no interior do Rio de Janeiro. Os fatos que vou contar aconteceram em 1989, quando eu tinha 17 anos. Eles mudaram minha fé e visão do mundo. Meu tio, dois primos e eu estávamos jogando baralho enquanto esperava minha tia terminar o jantar. A fazenda era muito antiga. Minha família morava ali há várias gerações. Infelizmente, nessa época, não havia eletricidade no campo. E os geradores eram muito caros para meu tio, então, era tudo iluminado através da vela e do lampião, o que dava um aspecto tenebroso ao lugar. Nesse dia, chovia muito forte e os cachorros estavam dentro da casa, mesmo assim estavam muito inquietos.

            “Eu não gosto quando eles estão assim, sempre acontece algo estranho” – disse meu tio apontando os cachorros.

            Todos nós rimos do comentário, que, no momento, pareceu engraçado. Ainda estávamos rindo, quando ouvimos alguém bater forte na porta. Todos nós pulamos, por conta do susto. Meu tio foi atender a porta, seguido de minha tia que veio rápido da cozinha ver quem era a visita inesperada. Quando meu tio abriu a porta, vimos um homem que estava todo molhado da chuva. Eu sabia que não era conhecido, porque eu conhecia todos os vizinhos da redondeza.

             “Eu capotei meu carro ali na estrada. Preciso de ajuda, pois minha mulher está machucada e precisa de cuidados médicos. Eu vi sua casa da estrada e...” – disse o homem, sem fôlego, até ser interrompido por meu tio.

            “Não precisa explicar mais.” – disse meu tio pegando a chaves da caminhonete saindo. Sem perguntar nada, eu entrei com eles no veículo e partimos. Em um minuto, já estávamos onde o carro se encontrava. Eu e meu tio corremos para o carro, o homem ficou lá dentro do carro, paralisado, olhando na direção do carro e chorando quieto. Eu e meu tio agachamos, para ver a situação da mulher dele e para nosso choque ali estava o homem que bateu na porta da fazenda, todo ensanguentado. Sua mulher não estava diferente. Eu fiquei com medo, mas meu tio me olhou e disse:

            “Rápido temos que levar os dois para o hospital.” – Disse ele, ignorando o fato sinistro e forçando a porta para abrir.

            Tiramos os dois do carro e os levamos para o hospital. O homem, como eu e meu tio sabíamos, já estava morto. A mulher estava com ferimentos bastante graves, mas sobreviveu. Algumas horas depois, saímos do hospital e fomos de volta para a fazenda. Quando chegamos, contamos a história para meus primos e minha tia. Eles ficaram morrendo de medo. Terminei de contar a história e alguém bateu na porta. Meus primos correram para o quarto com medo. Meu tio abriu a porta, só que desta vez não tinha ninguém.

 Disponível em: http://www.contosehistoriasdeterror.com



(EF07LP07) 1) Assinale o item que apresenta a mesma estrutura frasal de “A fazenda era antiga.” (sujeito + predicado nominal) 

a) Saímos do hospital. 
b) Meu tio abriu a porta. 
c) O comentário pareceu engraçado. 
d) Eu e meu tio corremos para o carro. 
e) Os cachorros estavam dentro de casa.

   

 ( EF69LP44) 2) Qual foi o comportamento dos cachorros quando alguém bateu na porta? 

a) Continuaram inquietos. 
b) Latiram freneticamente. 
c) Correram para se esconder. 
d) Estavam tranquilos e não se incomodaram. 
e) Avançaram no estranho que bateu à porta.

 


 (EF69LP44) 3) De acordo com o personagem narrador, o que dava um aspecto tenebroso ao lugar? 

a) A chuva torrencial. 
b) A ausência de eletricidade. 
c) O alto custo dos geradores. 
d) A iluminação por velas e lampiões. 
e) O breu que se espalhava por todo canto.

   

 (EF05LP07) 4) Em “Quando meu tio abriu a porta, vimos um homem que estava todo molhado da chuva.”, a conjunção destacada tem sentido temporal. Assinale o item que pode substituir essa conjunção sem alteração de sentido. 

a) assim que 
b) bem como 
c) porquanto 
d) mesmo que 
e) de maneira que

   

 (EF67LP35) 5) “Infelizmente, nessa época, não havia eletricidade no campo. Infelizmente é um verbete formado a partir do radical feliz. Assinale o item em que o verbete também deriva desse mesmo radical. 

a) felino 
b) felpudo 
c) feiíssimo 
d) felicíssimo 
e) fidelíssimo

   

 (EF69LP17) 6) Os tempos verbais indicam o momento da ação do verbo em relação ao momento em que se enuncia essa ação. No texto, o tempo verbal empregado é o pretérito porque: 


a) a ação verbal expressa um pedido. 
b) a ação verbal é dada como um fato hipotético. 
c) a ação verbal ocorre durante o ato da comunicação. 
d) a ação verbal ocorreu antes do ato da comunicação. 
e) a ação verbal ocorrerá depois do ato da comunicação.

   

 (EF09LP08) 7) O excerto “A mulher estava com ferimentos bastante graves, mas sobreviveu.” pode ser reescrito, sem alteração de sentido, da seguinte forma: 

a)  Eram ferimentos bastante graves, logo a mulher sobreviveu.
b) Por estar com ferimentos bastante graves, a mulher sobreviveu.
c) A mulher estava com ferimentos bastante graves, contudo sobreviveu. 
d) A mulher estava com ferimentos bastante graves, mas também sobreviveu. 
e) A mulher, uma vez que sobreviveu, estava com ferimentos bastante graves. 

   

 (EF69LP54) 8) “A mulher estava com ferimentos bastante graves, mas sobreviveu.” O verbete destacado refere-se ao adjetivo graves, portanto deve ser classificado com advérbio, palavra invariável. Se alterarmos a posição desse verbete para antes do substantivo ferimentos, a alternativa que está de acordo com a norma-padrão é: 

( ) A mulher estava com bastantes ferimentos graves. 
( ) A mulher estava com bastante ferimentos graves.

   


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