Cão! Cão! Cão! Millôr Fernandes

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Abriu a porta e viu o amigo que há tanto tempo não via. Estranhou que ele viesse acompanhado por um cão. Cão não muito grande, mas bastante forte, de raça indefinível, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu  a porta e cumprimentou o amigo, pois, efusivamente.

            “Quanto tempo!” “Quanto tempo!” ecoou o outro. O cão aproveitou a saudação e se embarafustou casa adentro e logo um barulho na cozinha demonstrava que ele tinha virado qualquer coisa. O dono da casa encompridou as orelhas. O amigo visitante, porém, nem nada. “Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi em ...” E você, casou também?...” O cão passou pela sala, entrou no quarto e novo barulho, desta vez de coisa definitivamente quebrada. Houve um sorriso amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante. “Quem morreu foi o ... você se lembra dele?” “Lembro, ora era o que mais...” O cão saltou sobre um móvel, derrubou um abajur, logo trepou as patas sujas no sofá e deixou a marca digital e indelével de seu crime. Os dois amigos, tensos, agora fingiram não perceber.

            Mas, por fim, o visitante se foi. Se despediu efusivamente como chegara e se foi. Já ia saindo, quando o dono da casa perguntou: “Não vai levar seu cão?” “Cão? Ah, cão! Oh, agora estou percebendo. Não é meu não. Quando eu entrei, ele entrou comigo, naturalmente. Pensei que fosse seu.”

                       

                      MORAL: Quando notarmos defeitos nos amigos,  convém ter uma conversa esclarecedora.



(EF67LP05)1) A expressão que chama o cão de vira-lata é: 

a) saltitante. 
b) bastante forte. 
c) raça indefinível. 
d) não muito grande. 
e) alegremente agressivo.

   

 (EF69LP44) 2) O dono da casa estranhou que o amigo viesse acompanhado por um cão porque: 

a) não o via há muito tempo. 
b) ele próprio não tinha cão algum. 
c) não sabia se o amigo tinha casado. 
d) o amigo sabia de sua alergia a animais. 
e) normalmente não se levam cães para fazer visitas.

   

 (EF67LP05) 3) Por causa do cão, durante toda a visita, até seu final, o dono da casa deve ter pensado que o amigo era um: 

a) pé-rapado. 
b) cara-de-pau. 
c) mão-fechada. 
d) unha-de-fome. 
e) maria-vai-com-as-outras.

   

 (EF69LP44)4) A primeira estrepolia do cão foi percebida:
 
a) tatilmente. 
b) visualmente. 
c) efusivamente. 
d) olfativamente. 
e) acusticamente.

   

 (EF69LP44) 5) Durante toda a visita o dono da casa demonstrou extraordinário(a): 

a) inteligência. 
b) autocontrole. 
c) indelicadeza. 
d) incompreensão. 
e) senso de humor

   

 (EF67LP05) 6) Em relação ao cão, as primeiras atitudes do amigo eram de: 

a) total alheamento. 
b) irritante hipocrisia. 
c) verdadeiro interesse. 
d) sincera preocupação. 
e) mal-estar a custo contido.

   

 (EF69LP44) 7) Os amigos perceberam que o segundo ruído era de coisa definitivamente quebrada porque o som fora: 

a) surdo. 
b) abafado. 
c) metálico. 
d) estridente. 
e) estilhaçante.

   

 (EF69LP44) 8) O sorriso amarelo do dono da casa revelava: 

a) satisfação. 
b) indiferença. 
c) complacência. 
d) aborrecimento. 
e) revolta incontida.

   

 (EF67LP05) 9) Apesar da tensão, ambos fingiram não perceber as estrepolias caninas por: 

a) mútua cortesia. 
b) recíproca afeição. 
c) medo do animal. 
d) perfeita indiferença. 
e) interesse na conversa.

   

 (EF67LP05) 10) O dono da casa fingia ignorar a presença do cão por: 

a) falta de oportunidade. 
b) espírito de curiosidade. 
c) deveres de hospitalidade. 
d) senso de responsabilidade. 
e) sentimento de fraternidade.

   

 (EF69LP44) 11) Já o amigo fingia ignorar a presença do cão porque: 

a) tivera medo do bicho. 
b) tinha trazido o animal. 
c) não estava em sua casa. 
d) há tempo não via o companheiro. 
e) apreciara as “brincadeiras” do cachorro.

   

 (EF69LP44) 12) “Oh, agora estou percebendo” O visitante, só nesse momento, compreendeu: 

a) a perfeita indiferença do amigo. 
b) o ar alegremente agressivo do cão. 
c) o senso de humor do companheiro. 
d) a presença do cão à porta da casa. 
e) a elegância moral do dono da casa.

   

 (EF69LP44) 13) Conforme a moral da história, o erro do dono da casa foi: 

a) ter sido inconveniente. 
b) não ter reconhecido o amigo. 
c) não lhe ter notado o “defeito”. 
d) ter estranhado a presença do cão. 
e) não ter tido a conversa esclarecedora.

   

 (EF69LP44) 14) Estaria de acordo com a moral da história se, ao receber o amigo, dissesse logo: 

a) _ Esse cão é seu? 
b) _ Mas que surpresa agradável! 
c) – Mas que surpresa desagradável ! 
d) _ Mas isso são horas de visitar alguém? 
e) _ Puxa, pensei que nunca mais te veria!

   

 (EF09LP08) 15) Em “O amigo visitante, porém, nem nada” , a conjunção adversativa indica uma atitude contrária do visitante em relação a seu amigo que foi: 

a) preocupar-se com suas orelhas. 
b) atentar para o barulho vindo da cozinha. 
c) não demonstrar sua preocupação com o cão. 
d) fingir que nada de anormal estava acontecendo. 
e) cuidar de ser agradável com o amigo que não via há muito tempo.

 

 Referência: Português Interpretação – Primeiro Volume- Jesus, Ricardo, Roberto 

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