Toda história
de amor tem beijos, corações entrelaçados, palpitações. Às vezes, a história dá
certo: um homem e uma mulher colam sua vida uma na outra. Cada um traz a
própria história: seus retratos, suas lembranças, sua infância, seus
pensamentos. No dia do casamento. o futuro é como um planeta desconhecido, uma
gaveta imensa de onde sairão filhos e filhas, ilhas de sonhos e felicidade. Na
casa em que vão morar tudo é novidade. O jeito que cada um faz as coisas, o
jeito que cada um arruma e desarruma as flores e os armários. Tem dias que tudo
é fácil, em outros é tempestade. Palavras são
perigosas pelo tanto que possuem de mel e de veneno.
E a vida vai seguindo o seu curso, de segunda a domingo, como as águas de um rio. Um dia chega o primeiro bebê trazendo consigo o mistério do universo. A casa se
agita, enche-se de fraldas, novos cheiros, choros, noites maldormidas, no
silêncio da madrugada, com o filho aconchegado no peito, a mãe sonha mil e uma
aventuras para seu filho. No mundo emaranhado dos sonhos, o pai desenha o mapa
do futuro para seu filho. Alguns anos se passam. A vida é um novelo. Agora é
outro filho, sentimentos confusos passeiam pela casa. O irmão, que já é um
pouco grande, olha para o irmão com terror e paixão.Quem é esse que chega não se sabe de onde
para tirar o seu lugar? Irmão é palavra imensa. É mão na mão, mesmo que às vezes se arranhem, rolem pelo chão com raiva. Irmão é a certeza de um amor companheiro nos dias complicados. É um aliado para tocar o barco da vida.
Tem pai e mãe que ficam juntos a vida inteira, até bem velhinhos, sem nunca separar. Mas, às vezes, o novelo se rompe e o pai e a mãe decidem seguir cada um o seu próprio
caminho. Mesmo
que seja difícil, para que um não destrua o outro é melhor se separar. A casa se divide em duas. No
começo não há sol nem há luar. No coração dos filhos, o temporal demora a passar.
Felicidade é frágil borboleta, mas sempre se recompõe. Semente mágica em novo casulo. Uma outra vida começa e, como tudo na vida, com coisas boas e más. A namorada do pai, o namorado da mãe, os filhos dos outros casamentos que a gente olha enviesadamente como um navio de bandeira inimiga até a desconfiança passar. Seja qual for o caso da sua casa, tire do casulo mágico a borboleta Felicidade, porque felicidade é sempre palavra azul, mar, montanha, vento, e a gente é quem escolhe se vai ou não vai usar.
1) De acordo com o texto, a felicidade é:
a) uma dádiva b) uma escolha c) algo inatingível d) um novelo e) uma carência
B
2) A afirmação“... o temporal demora a passar”
a) sintetiza os sentimentos dos filhos ante a separação dos pais.
b) simboliza o futuro da família. c) concretiza a afirmação “irmão é palavra imensa”, d) confirma o estado de espírito que paira sobre todos da família. e) envolve uma situação insolúvel.
A
3) Além da felicidade, o texto
também aborda o tema:
a) amor
b) família c) vida d) irmãos e) pais
B
4) Em “Cada um traz a própria história: seus retratos, suas
lembranças, sua infância, seus pensamentos.”, os termos citados após os dois
pontos indicam:
a) finalização b) explicação c) observação d) enumeração e) exemplo
D
5) O excerto“Mesmo que seja difícil, para que um não
destrua o outro é melhor se separar” expressa:
a) um fato
b) uma contestação c) uma revelação d) um princípio e) uma opinião
E
6) Em “...a gente é quem escolhe se vai ou não vai usar.”, o eu lírico refere-se à (ao):
a) vida
b) borboleta c) felicidade d) novelo e) vento
C
7) Assinale a alternativa que
explica a comparação entre vida e novelo.
a) Um novelo vai se desenrolando da mesma forma que a vida vai acontecendo.
b) O novelo é comprido, assim como a vida é longa. c) A vida é um fio, assim como um novelo. d) Um fio só é novelo quando é tecido. Uma vida só é vivida quando é desenrolada. e) Novelo é comparado a vida por ser extenso e representar a longevidade.
A
8) “Palavras são perigosas pelo
tanto que possuem de mel e de veneno.” Nesse excerto, ocorre:
a) gradação
b) oposição c) repetição d) personificação e) polissemia
B
9) Assinale o item que resume a
seguinte passagem do texto: “Quem é esse que chega não se sabe de onde para
tirar o seu lugar?”
a) ciúmes
b) antipatia c) surpresa d) desorientação e) impaciência
A
10) Ao afirmar que “... a gente é quem escolhe se vai ou não vai usar”, a poetisa apresenta seu ponto de vista de que a felicidade é:
a) um enigma
b) um conceito c) uma opção d) uma ilusão e) uma intermitência
C
11) O texto contém diversas
comparações, implícitas e explícitas. Observe algumas:
I- ...o futuro é como um planeta
desconhecido
II- E a vida vai seguindo o seu curso, de segunda
a domingo, como as águas de um rio.
III- A vida é um novelo.
IV- Felicidade é frágil borboleta
V - ...tocar o barco da vida.
Ocorre comparação implícita em:
a) I, III e V
b) I, II e IV c) II, III e V d) III, IV e V e) I, II e IV
D
12) A linguagem predominante no texto é:
a) denotativa b) argumentativa c) coloquial d) jornalística e) conotativa
E
13)O
excerto “É um aliado para tocar o
barco da vida.” refere-se ao:
a) amor.
b) irmão. c) pai. d) novelo que é a vida. e) futuro.
B
14) “Felicidade é frágil
borboleta, mas sempre se recompõe.” Reescrevendo o fragmento, o item que mantém
a coerência é:
a) Felicidade sempre se recompõe, mesmo sendo frágil borboleta.
b) Ao se recompor, a felicidade vira frágil borboleta. c) Felicidade é borboleta frágil quando se recompõe d) Assim que se torna frágil borboleta, a felicidade se recompõe. e) Felicidade é frágil borboleta portanto se recompõe.
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