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Mostrando postagens de setembro, 2023

O CAJUEIRO Rubem Braga

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                                                                                                                                                                                   https://matanativa.com.br/arvores-do-brasil-cajueiro/               O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro atrás da casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.             Eu me lembro do outro cajueiro que era menor e morreu há muito tempo. Eu me lembro dos pés de pinha, do cajá-manga, da grande touceira de espadas-de-são-jorge (que nós chamávamos simplesmente “tala”) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos canteiros de flores humildes, “beijos”, violetas. Tudo sumira; mas o grande p

O REFORMADOR DO MUNDO Monteiro Lobato

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        www.cancaonova.com/               Américo Pisca-Pisca tinha o hábito de pôr defeito em todas as coisas. O mundo para ele estaria errado e a natureza só fazia asneira.          — Asneira, Américo?          — Pois então? ... Aqui mesmo, neste pomar, você tem a prova disso. Ali está uma jabuticabeira enorme sustentando frutas pequeninas, e lá adiante vejo uma colossal abóbora, presa ao caule de uma planta rasteira. Não era lógico que fosse justamente o contrário? Se as coisas tivessem de ser reorganizadas por mim, eu trocaria as bolas, passando as jabuticabeiras para a aboboreira e as abóboras para a jabuticabeira. Não tenho razão?          Assim discorrendo, Américo provou que tudo estava errado e só ele era capaz de dispor com inteligência o mundo. Mas o melhor, concluiu, é não pensar nisto e tirar uma soneca à sombra destas árvores, não acha?          E Pisca-Pisca, piscando que não acabava mais, estirou-se de papo para cima à sombra da jabuticabeira.        Dormi

CAFÉ Cândido Portinari

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https://arteeartistas.com.br/cafe-candido-portinari/   (EF69LP03) 1) O tema da obra é:  a) cultura cafeeira em São Paulo.  b) relações trabalhistas no campo .  c) migração nordestina para o Sudeste.  d) desigualdade de gênero na sociedade do século XX.  e) o homem e suas relações de trabalho na lavoura cafeeira.   E GABARITO    (EF69LP44) 2) A obra de Portinari, de 1935, faz uma crítica social :  a) ao declínio da comercialização do ouro verde brasileiro.  b) ao distanciamento social entre a elite e a classe trabalhadora.  c) ao árduo trabalho diário realizado por homens e mulheres nas plantações de café.  d) à comercialização do café, lucrativa para os cafeicultores e infrutífero para os trabalhadores.  e) à desigualdade existente entre o quantitativo de homens e mulheres no trabalho assalariado.   C GABARITO    (EF69LP44) 3) Na obra, Portinari retrata as figuras humanas com pés e mãos bastante grandes, corpos robustos. Esses detalhes revelam:  a) a comunhão entre o homem

PRA DIZER ADEUS Nando Reis e Tony Bellotto

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                                                            https://www.youtube.com/watch?v=BuRy5IW48VA PRA DIZER ADEUS                         Nando Reis e Tony Bellotto   Você apareceu do nada E você mexeu demais comigo Não quero ser só mais um amigo Você nunca me viu sozinho E você nunca me ouviu chorar Não dá pra imaginar quando É cedo ou tarde demais Pra dizer adeus, pra dizer jamais É cedo ou tarde demais Pra dizer adeus, pra dizer jamais   Às vezes fico assim pensando Essa distância é tão ruim Por que você não vem pra mim? Eu já fiquei tão mal sozinho Eu já tentei, eu quis chamar Não dá pra imaginar quando É cedo ou tarde demais Pra dizer adeus, pra dizer jamais (EF69LP03) 1) Assinale o item que melhor descreve o sentimento do eu lírico.  a) Amizade platônica. b) Amor à primeira vista. c) Amor não correspondido. d) Dificuldade em expressar sentimentos. e) Medo de se envolver emocionalmente.   C GABARITO    (EF69LP44)2) Qual verso traz implícito um