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Mostrando postagens de 2021

NEOLOGISMO Manuel Bandeira

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    Beijo pouco, falo menos ainda Mas invento palavras Que traduzem a ternura mais funda E mais cotidiana. Inventei, por exemplo, o verbo teadorar. Intransitivo: Teadoro, Teodora.   1) De acordo com o contexto textual, por que o eu lírico considera o verbo teadorar intransitivo?   a) Porque revela a intransigência do amor. b) Porque indica a afinidade sonora com o nome da amada. c) Porque contém a ideia de ser completo. d) Porque demonstra o conhecimento linguístico do eu lírico. e) Porque apresenta o conceito de perenidade do sentimento. 2) Em “ Que traduzem a ternura mais funda”, a que termo o pronome em destaque se refere? a) beijo b) falo c) invento d) palavras e) ternura 3) Em “Beijo pouco, falo menos ainda”, a ideia que se transmite é de: a) clímax b) gradação c) correspondência d) analogia e) simultaneidade 4) No primeiro verso do poema, o eu lírico: a) não se preocupa em esconder seus sentimentos. b) mostra que está apaixonado. c) declara que o amor é um sentim

MAFALDA Quino

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                                                                                                      https://br.pinterest.com/pin/320670435973030434/ Leia o cartaz acima para responder às questões 1 a 6. 1) No cartaz, a que vocábulo o termo humanidade remete? a) doença b) imunidade c) enfermidade d) antígenos e) pessoas   2) Que mensagem pode ser inferida  do cartaz, tomando como referência a expressão   humanidade baixa ? a) o ser humano está com baixa autoestima. b) a doença do planeta afeta diretamente o percentual de óbitos. c) o ser humano não tem cuidado devidamente do seu habitat. d) crianças não estão sendo preparadas para preservar a Terra. e) as agressões ao planeta têm afetado a estatura dos seus habitantes. 3) O olhar da personagem Mafalda expressa: a) desolação b) procura c) renúncia d) dúvida e) constatação 4) “O planeta está doente porque está com a humanidade baixa.” Qual o valor semântico da conjunção em destaque? a) causa b) conclusão c) explicação d) condição e

DORALICE Dorival Caymmi

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  www.youtube.com Doralice eu bem que lhe disse, Amar é tolice, É bobagem, ilusão Eu prefiro viver tão sozinho, Ao som do lamento do meu violão Doralice eu bem que lhe disse, Olha essa embrulhada, Em que vou me meter Agora amor, Doralice meu bem, Como é que nós vamos fazer? Um belo dia você me surgiu, Eu quis fugir mas você insistiu Alguma coisa bem que andava me avisando, Até parece que eu estava adivinhando Eu bem que não queria me casar contigo, Bem que não queria enfrentar, esse perigo Doralice Agora você tem que me dizer, Como é que nós vamos fazer?   1) Em “Amar é tolice, É/ bobagem, ilusão”, o eu lírico expressa: a) inferência b) hipótese c) opinião d) suposição e) fato 2) Por que o eu lírico afirma que não queria enfrentar “esse perigo”? a) Achava que amar era desnecessário. b) Tinha medo de se decepcionar. c) Preferia viver isolado das pessoas. d) Só considerava o violão como companheiro. e) Não acreditava no amor que Doralice sentia por el

AFINAL, QUEM MANDA NA FLORESTA? Millôr Fernandes

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  Enfim, resolveu o Leão sair para fazer sua pesquisa, verificar se ainda era o Rei dos Animais. Os tempos tinham mudado muito, as condições de progresso alterado fundamentalmente a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito e hierarquia já não eram as mesmas, diziam até que subterraneamente as formigas estavam organizadas. De modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das buscas constantes do espírito humano e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a repetida consagração  do nosso valor , saber o sabido quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim, o Leão encontrou o Macaco e perguntou: — Ei, você aí, Macaco, quem é o Rei dos Animais? O Macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: — Claro que é você, Leão, claro que é você! Satisfeito, o Le

O QUE VOCÊ DEVE FAZER Carlos Drummond de Andrade

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  https://www.tca.com.br/blog       (Se for bom leitor de jornais e revistas, fiel ouvinte de rádio, obediente telespectador ou simples passageiro de bonde.) Consuma aveia, como experiência, durante 30 dias. Emagreça um quilo por semana sem regime e sem dieta. Livre-se do complexo de magreza, usando Koxkoax hoje mesmo. Procure hoje mesmo nosso revendedor autorizado. Economize servindo a garrafa-monstro de Lero-Lero. Ganhe a miniatura da garrafa de Lisolete. Tenha sempre à mão um comprimido de leite de magnólia. Resolva de uma vez o problema do seu assoalho, aplicando-lhe Sintaxe. Use somente peças originais, para o funcionamento ideal do seu W.Y.Z. [...] Um milhão de tuberculosos precisa de sua ajuda. Sorria sempre o sorriso Gli-li-pli. Faça o melhor negócio desta temporada. Gravidez só quando você quiser. Não diga velhice; diga Eternil. Já tomou o seu Morangoflex hoje? A Clínica Andorinha espera você para uma sonoterapia profunda.                                          

UMA ESPERANÇA Clarice Lispector

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                                                     https://omensageiro.org.br/paginas/de-esperanca-em-esperanca e https://g1.globo.com/       Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.     Houve um grito abafado de um de meus filhos:     – Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.       – Ela quase não tem corpo, queixei-me.    – Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.    Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, p

CONTO DE TODAS AS CORES Mario Quintana

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                                https://pt.slideshare.net/Rayana87/as-cores-ativo-12632292 Eu já escrevi um conto azul, vários até. Mas este agora é um conto de todas as cores. Sim, porque era uma vez uma menina verde, um menino azul, um negrinho dourado e um cachorro com todos os tons e entretons do arco-íris.  Até que, devidamente nomeada pelo Senhor Prefeito, veio ao seu encontro uma Comissão de Doutores - todos eles de preto, todos eles de barbas, todos eles de óculos. E, por mais que cheirassem e esfregassem os nossos quatro amigos, viram que não adiantava nada e puseram-se gravemente a discutir se aquilo poderia ser de nascença ou...  —  Mas nós não nascemos  —  interrompeu o cachorro.  —  Nós fomos inventados.   QUINTANA Mário. Conto de todas as cores. In:  Lili inventa o mundo . São Paulo: Global Editora. © by Elena Quintana.      1) A maioria das formas verbais do conto está no modo indicativo, um modo verbal que apresenta ações verbais tidas como reais ou vero